quinta-feira, 28 de abril de 2011

PORQUE DEUS ENCONTROU-SE COM SIMÃO GONÇALVES TOCO EM CATETE?



A manifestação de Deus a Simão Toco em Catete, pelo significado e importância que representa um facto desta índole, por si só, tornou-se no Tocoismo num acontecimento que se quer central na acção eclesiástica da Igreja e na profissão de fé de cada Tocoista.
No entanto, a vida de Simão Gonçalves Toco está toda ela repleta de manifestações divinas desde o seu nascimento, que para relatá-los exigiria que se produzisse uma obra com centenas de páginas.

1.   O lugar que Catete vai ganhando hoje
Catete nas últimas décadas vem ocupando um espaço geográfico marcante nas memórias dos Angolanos:
·         Trata-se do imponente monumento erguido pelo Governo, em homenagem ao primeiro presidente de Angola Dr Agostinho Neto, onde funciona há alguns anos um moderno museu em sua memória e honra e vai se tornando num dos principais «santuários» políticos de Angola;
·         Bem a sul, encontra-se a Vila da Muxima, principal centro de peregrinação Católico, acontecimento nacional que movimento centenas de milhares de pessoas no mês de Setembro de cada ano. A prova evidente da magnitude deste acontecimento eclesiástico, é a construção sobre o Rio Kuanza pelo Executivo angolano, da maior ponte do país na localidade da Kabala. Presentemente, Muxima é sem dúvida o maior e o mais importante santuário cristão (Católico) do país e quiçá dos PALOP ou da SADC que movimente anualmente centenas de milhares de pessoas e que por imperativo geográfico, têm Catete como o principal ponto de apoio.
2.   O que houve neste insólito encontro
Toco não revela nas duas principais narrativas que enviou a Igreja sobre os facto ocorridos, pois, atendendo o nível da audiência da mesma e porque a PIDE filtrava as suas cartas, procurou apenas descrever como e quando aconteceu este encontro. Na verdade, em Catete registaram-se dois principais factos:
·         A Unção de Toco: Foi o cumprir de uma formalidade indispensável de longo processo de preparação à que vinha sendo submetido face a grandiosidade da missão que encerrava a implantação de Igreja de Nosso Senhor Cristo no Mundo, que a priori, significava o desencadear de uma terrível Guerra espiritual com as forças satânicas que governavam o mundo: «Não tenhas medo, vou me embora. Mas não esqueças Simão, que durante toda sua vida, eu porei dentro de ti uma coisa que tu não saberás nem tão pouco o mundo todo saberá. Guarda essas palavras” e deixou uma pegada perto daquele arbusto … Se o soba saísse para fora comigo, seria minha testemunha ocular, de modo que, meus irmãos, não sei o que é aquilo que ele pôs em mim, não sei e o mundo também não sabe e nem saberá. Estou guardando até hoje aquelas belas palavras que os meus ouvidos ouviram».
A principal e assustadora qualidade apresentada por Toco ao longo dos 66 anos de vida foi a sua INVULNERABILIDADE, testada pelo mundo em várias ocasiões. Daí a sua máxima: “Eu jamais morrerei. Quaísquer que sejam os métodos a serem utilizados pelos governantes ou pessoas deste mundo, jamais morrerei”.
Para além do Soba Quiala do Povo Quincoxe, um dos elementos que Toco também convidara para saírem fora foi o senhor Silas Jean irmão do mais velho Domingos Viega que foi um dos POMBOS que existiram na Igreja desde 1962 e que cumpriram missões importantíssimas.
·         A recapitulação das principais missões que devia cumprir no âmbito da implantação da Igreja que nove meses antes fora relembrada em Leopoldville: Toco ao longo da sua vida foi sendo instruído por Deus, Cristo e seus enviados e bem sabia o que lhe esperava, conforme nos descreve a quando da Visão da Cidade Santa (Nova Jerusalém) em 1936 enquanto estudante.
§  São evidências do que se disse, o seu encontro com Deus na Ilha do Cabo quando havia desaparecido durante sete dias e foi encontrado na Ilha (de Luanda) no oitavo dia; a visão da cidade santa;
§  A recepção da visita de três Anjos que se faziam transportar numa viatura especial, que lhe ordenam para que iniciasse os trabalhos e disseram-me: «Vai apascentar as ovelhas perdidas por causa do capim fresco e do gozo deste mundo». Apocalipse 3:2 e S. Mateus 10:6;
§  Os acontecimentos da Conferência restrita de Kalina de 1947 onde o casal de Missionários de nome Combre e o profeta Jeremias lhe ordenam: «Oh Simão, o vosso tempo já chegou. O quê que estás a espera? Porque não peças a libertação do povo de África do jugo colonial? Tú foste eleito por Deus para que fosses o Moisés dos africanos. Força e coragem Simão, porque só tú és o eleito do Senhor desde a eternidade». Jeremias 1:5-9 e S. Mateus 16:18-21 e recomendam-lhe: «Quando saíres daqui, escolha 12 Anciãos cheios de sabedoria para começarem o trabalho. S. Mateus 3:13»;
§  Os acontecimentos de Sona-Mbata quando esteve muito tempo internado no hospital e recebe de Deus a ESTRELA- principal símbolo de identidade dos Tocoistas;
§  Visita de Jesus Cristo na cadeia de Ofiltra: Há a destacar também o passo de revista de Jesus Cristo quando se encontravam na cadeia de Ofiltra em finais de 1949. Deste encontro, Jesus Cristo delineou os principais objectivos e acções da Igreja que emergia da relembrança.

Em todas estas manifestações revelas e anteriores ao encontro de Catete tinham por finalidade criar as premissas que possibilitassem a descida do Espírito Santo, a Relembrança e consequentemente a implantação da Igreja de Cristo, passo a passo após o histórico 25 de Julho de 1949.
3.   Que acções foram executadas em função do encontro de Catete?
De regresso no Vale do Loge e em cumprimento das missões que lhe foram incumbidas por Javé em Catete, Toco realiza as seguintes actividades no período que vai de Maio à Novembro de 1950:

1.   Ritual espiritual que envolveu:
§  A realização da oração (jejum) de pedido dos profetas na Igreja para nos auxiliarem;
§  Celebração do Concerto com Deus;
§  Institucionalização do Tabernáculo na INSJCM;
2.   Arrebatamento (mlaysua) de Toco que resultou na escrita de uma Carta de aproximadamente 07 metros ainda existe, onde está contido a principal mensagem profética de Simão Toco. Esta Carta foi o principal motivo de conflito no Ntaya entre os irmãos provenientes do Vale do Loge e os auto-denominado não Colonato, actualmente designados de MBOMA.
3.   Encarnação de Toco em Simão Masanza: Por razões específicas e atendendo a natureza da missão que devia ser cumprida, Toco teve que encarnar-se neste irmão, que através dele cumpriu missões espirituais extremamente complexas. É dele o famosíssimo hino: Yisu kuna zione ikekalanga.
4.   A instrução espiritual e continua a que os membros no Vale do loge foram submetidos pelo Dirigente antes de partir para o Sul de Angola (Waba/Caconda).

Em suma, este foram os principais acontecimentos da Igreja e que resultaram do encontro que Simão Gonçalves Toco teve com Javé em Catete aos 17.04.1950.

 VIVA MAYAMONA, VIVA OS SEUS ENSINAMENTOS, AVANTE TOCOISTA.

A BEM DA IGREJA
Transcrição do conteúdo das páginas 3 e 4 da epístola
do Dirigente de 31.10.1971

Uma pequena conversa com os meus irmãos naturais de Catete. Quero contar-vos uma pequena história que aconteceu na vossa terra em 1950 no mês de Abril. O Senhor Governador (já falecido que governou Angola durante 8 anos cujo o nome, SENHOR GOVERNADOR AGAPITO DA SILVA CARVALHO); tinha determinado para que os sobas do Norte de Angola fossem para o Sul visitar o serviço agrícola no Colonato de Caconda. Eu também fui avisado para fazer a acompanhia daquele, digo, para fazer parte daquele grupo. Eram 8 pessoas tais como: 2 sobas da area de Maquela do Zombo, não sei se eram também religiosos, porque não faziam parte das orações nas horas de alimentação. 2 Sobas da Damba 31 de Janeiro, o da Damba era Protestante que tinha o nome de Soba Quiala do Povo Quincoxe, se não me engano, o outro era Católico de 31 de Janeiro. 2 rapazes de Damba mas viviam em Leopoldville, mas verdadeiramente eu gostei muito dos dois, pois, foram muito amigos e respeitosos para todos. Mais um rapaz de L’arme du Salut (Exército de Salvação), quer dizer, da religião com o nome de Arma de Salvação em Leopoldville e esse rapaz, creio que era de Maquela do Zombo. De modo (que) nós todos eramos (oito) 8 pessoas.
         Eu saí do Colonato do Vale do Loge e encontrei-os no Negage, onde ajuntamo-nos nós todos e seguimos para Lucala com o Senhor Administrador que nos acompanhou. De Lucala para Luanda e de Luanda para Catete onde permanecemos 3 dias. Comianos no Hotel, mas a hospedagem era numa pequena casa de um quarto e mal cabia para nós todos. Era uma casita, julgo que era ou tinha antigamente um motorzinho para a electricidade, não sei bem. Essa casita dista pouco mais ou menos uns 200 ou 300 metros da Administração do Caminho que vai até as lojas. Bem, mas eu estou falando de Catete antigo.
Naquele tempo do ano de 1950, as lojas naquele tempo creio que eram apenas 4. Essa casita estava no caminho ou atalho que seguia para as lojas. Mas meus irmãos, passou lá naquela casita uma coisa engraçada… No último dia, jantamos como de costume e fomos dormir, qual dormir e quem dormiu? Nunca vi na minha vida milhares ou milhões de mosquitos naquela noite em Catete. Tinham nos emprestado o mosquiteiro, mas mesmo assim foi impossível dormir. As 4 horas de manhã falei ao Soba Quiala para sairmos para tomar o ar, ele disse que não saia porque estava cansado. E falei aos outros também não queriam, principalmente o rapaz da Arma de Salvação, era um rapaz esquisito, não gostávamos dele e tinha maus costumes.

Levantei-me e saí para fora e ao mesmo tempo senti necessidades… Dei uma volta atras da casita uns 8 ou 10 metros perto de um arbusto, comecei a (desa)botoar-me e quiz sentar, vi nos meus olhos carnais e não espirituais um vulto atrás do arbusto que me chamou: “Simão!”. Eu respondi, Senhor e abotoei-me no mesmo tempo. Irmão, eu sou conhecido como maluco, mas peço-vos para darem atenção a minha conversa e se quizerem acreditar que acreditem e se não quizerem acreditar que fiquem nas vossas… Vi um clarão, a noite mudou de cor. Não era dia não era noite e vi perfeitamente a cara dele. Era um mestiço com a idade pouco mais ou menos 30 ou 35 anos de idade. Ajoelhei-me e ele deu-me a sua mão e disse: “Simão, conheces-me?”  Eu disse …, sim Senhor. Conheço o Senhor. Ele disse-me: “Quem sou?” Mas eu tinham também a coragem, porque se não fosse assim eu fugia, fugia, mas atraiu-me… Eu respondi: És o Cristo. Ele riu-se e disse: “Não Senhor, não acertaste, eu não sou o Cristo, mas …” e tornou a dizer-me: “Eu conheço todos que estão nesta casita. Uns são Católicos e outros Protestantes, mas diga aos teus irmãos ou amigos que durante a vossa viagem, em todas as horas que comeis alguma coisa, os católicos orem segundo a maneira deles e vós Protestantes também oreis segundo a vossa maneira, mas eu sei o que está se passando neste mundo. Não tenhas medo, vou me embora. Mas não esqueças Simão, que durante toda sua vida, eu porei dentro de ti uma coisa que tu não saberás nem tão pouco o mundo todo saberá. Guarda essas palavras” e deixou uma pegada perto daquele arbusto. Despediu-se, alias, despedindo-se, desaparecu no mesmo lugar e a noite escura veio outra vez. Voltei para a casita e era quase de manhã. Amanheceu e falei aos meus irmãos somente o caso da oração, mas não lhes disse nada do acontecimento. Não sei se aquela casita continua ou está destruida…
Tem continuação, que é o desenho. Palavras junto ao papel de desenho. “Em Leopoldville eu disse que fugissemos para a nossa terra e fugimos, atras arrebentou a guerra. Agora vamos fugir outra vez não só os Tocoistas, mas todos os verdadeiros cristãos de todas as religiões para onde? Para Congo ex-Belga? Não irmãos, mas sim para as alturas encontrarmos com o Cristo, e o que nos resta saber é o dia da vinda para vir levar os seus fiéis e o mundo o que será?”

1º Tessalonicenses 4:13-18. Qual é o fim? Romanos 1:17-32. Amen!

Simão Gonçalves Toco (e a rubrica).


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SIMÃO GONÇALVES TOCO: O MOISÉS DOS AFRICANOS



Simão Gonçalves Toco: O Moisés dos africanos

Seguindo a cronologia dos factos em Toco, após os acontecimentos da Conferência Missionária, segue-se os eventos que tiveram lugar na conferência restrita em Kalina em 1947:

"Em 1947, houve uma outra conferência restrita e essa conferência realizou-se no centro da cidade onde só viviam brancos e só foram convidados dois pretos: Simão Gonçalves Toco e Emile Disengomoka. Vieram dos EUA o casal de Missionários de nome Combre. Eles vieram visitar as Igrejas africanas e o Missionário tinha quatro pulseiras no braço e a sua esposa tinha cinco pulseiras de ouro na perna E lá onde estávamos, surgiu um outro branco que ninguém sabia a sua proveniência e também ninguém sabia identificar o seu nome. Naquela conferência, os dois pretos fomos submetidos à um teste. Neste teste, saí em primeiro lugar e o senhor Emile Disengomoka em segundo lugar". Directrizes 1:73-77.
Após o teste é-lhe revelado:

"Depois do teste, ao verem que aprovamos, a senhora Combre virou-se para mim e disse: ´Oh Simão, o vosso tempo já chegou. O quê que estás a espera? Porque não peças a libertação do povo de África do jugo colonial? Tú foste eleito por Deus para que fosses o Moisés dos africanos´. Força e coragem Simão, porque só tú és o eleito dos Senhor desde a eternidade”. Jeremias 1: 5-9 e S. Mateus 16:18-21; Directrizes 1:77-79.

terça-feira, 27 de julho de 2010

mbangudimbumba - Pesquisa do Google

mbangudimbumba - Pesquisa do Google: "mbangudimbumba"

EXTRACTO BIOGRAFICO DE SIMÃO GONÇALVES TOCO

Saudações e agradecimentos

1. Farol da Ferraria, Ginetes, S. Miguel-Açores, 08 de Novembro de 1971.
2. Meus queridos irmãos unidos pela fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, membros da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo - Os Tocoistas.
3. Exmos Senhores, Jacob Paulo Chipaia, Eurico Ananás Chingualulo, Fausto Sapalo Eculica, Augusto Domingos, Mariano Martinho, etc, etc, etc, haja saúde dentro das vossas casas, se Deus nosso Pai, assim o permitir.
4. Eu e a minha família, graças a Deus, vamos passando menos mal.
5. Queria dizer-vos que mais um dia passado é menos um dia para passar, excepto a minha mulher que é a vossa irmã que sofre dia e noite o que não é estranho para todos aqueles que se chamam Tocoistas viventes.
6. Venho acusar a recepção da carta do nosso querido irmão Jacob Paulo Chipaia, assinada pelos irmãos Eurico, Fausto, Augusto, Mariano, que vos agradeço intimamente pela vossa grande atenção para com a minha pessoa afastada de vós1,
7. Distância incomensurável nesta terra marítima, Ilha do arquipélago Português dos Açores com 80 km de cumprimento, cuja capital é a cidade da Ponta Delgada.
8. Eu vivo no mato na freguesia dos Ginetes que distanciam 25 km, é exactamente a distância do Farol de Ponta Albina para Porto Alexandre que tem 25 km.
9. Agradeço esta atenção, sou obrigado pela minha consciência, responder essa mesma amável carta, cujos pormenores em referência são para uma grande surpresa, maravilhas e novos sem limites.
10. O meu irmão Jacob disse que eu lhe desculpasse por ter escrito muita coisa, não tem nada de me pedir desculpas, eu ainda gostava de ler mais noticias vossas,

Postura dos soldados de Cristo em fileira

11. Pois são para mim muito interessantes de ver em vós a fé e a coragem de mostrar ao mundo que verdadeiramente sois soldados de Cristo em fileiras que marcham para frente da batalha espiritual, contra os inimigos de Deus,
12. Lutando com a esperança de um dia ganhar a vitória por meio do Nosso Senhor e seus anjos. Naquele dia, saberemos que somos soldados de Cristo em fileira, e não só teremos esse nome de soldados, mas o soldado antes de ir para a luta, deve renunciar-se primeiro, jurar a Bandeira Nacional.
13. É isso que os soldados que lutam para casos materiais fazem até a morte. Ora, nós sendo soldados de Cristo em fileira, espiritualmente estamos lutando contra os inimigos visíveis e invisíveis de Satanás2.
14. Essa luta só acabará até a vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo, em dia desconhecido, cedo ou tarde. A sua promessa cumprir-se-á, mais cedo ou mais tarde e nós seus soldados também jurámos a Bandeira de Cristo até a morte.
15. Está claro que nem todos que juram a Bandeira cumprem o seu juramento e nem avançam a frente da batalha, outros recuam, uns enfraquecem etc, etc, etc. Seja como for, o bom soldado avançando ou recuando, continuará combatendo até a morte.
16. Somos chamados os grandes mentirosos e falsos profetas deste mundo. Muito bem, mas eu pergunto: o livro de Deus nos ensina adorar Deus em Espírito e em verdade e não fazer figuras ou imagens e adorá-las.
17. Ora, no dia do julgamento final de Deus, quem serão unidos, os que adoram Deus em verdade e em Espírito ou aqueles que adoram as imagens que Deus aborrece?
18. Portanto, meus irmãos, vamos lutando em oração até ao dia da vinda do filho de Deus, será naquele dia em que veremos quem foram os verdadeiros soldados de Cristo.
19. O que os grandes deste mundo estão nos fazendo é o mesmo que fizeram aos profetas, à Cristo e aos seus discípulos ou apóstolos.
20. Obedecei os serviços que esses homens que estão sentados na cadeira de Moisés que não lhes pertencem nos dão, porque são os homens que Deus deu-lhes os grandes poderes. Quanto ao resto da palavra de Deus, leiam em S. Mateus 23:2-12.

Local de nascimento e instrução escolar

21. Continuando a nossa conversa, tenho a dizer-vos o seguinte: A vossa conversão na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, fizestes bem, meus irmãos.
22. Eu não quero narrar-vos a minha vida toda, mas resumo em dizer-vos que nasci no mato em casa de meus pais na área de Maquela do Zombo, no povo que se chamava Zulumongo, no sobado de Banza Mpambu, no norte de Angola.
23. São 800 km de Luanda e
tive a sorte de estudar um pouco em Luanda nos anos de 1933, 34, 35, 36 e fui diplomado como professor do ensino primário particular em terras de qualquer categoria.
24. Fiz o 1º ano do Liceu e não continuei a estudar porque a Missão de Quibocolo já não tinha dinheiro para mim continuar a estudar3.
25. No meu tempo no Liceu, encontrei a estudar o senhor Pastor Jesse Chiula Chipenda, o amado senhor Adelino Canganjo, ambos do sul e dois rapazes de Malange e um rapaz meu colega, mestiço de Luanda, todos morávamos na Missão Metodista de Luanda.

Professorado e separação com os Missionários

26. Resumindo ainda, conheci o senhor Paulo e mais outros senhores do sul e Bié que estudaram em Luanda.
27. Em 1937 regressei para o norte como professor nas duas Missões Baptistas de Quibocolo 1º e depois na Missão do Bembe, ganhando em primeiro lugar 100$00, 120$00 e por último 180$00 escudos riquíssimos.
28. Bem, aguentei o professorado durante os anos de 1937, 38, 39, 40, 41 e 42. E quis um pequeno aumento porque a minha noiva estava quase a concluir o seu curso de enfermagem em S. Salvador do Congo4 no norte de Angola e quis casar-me.
29. O professor que eu fui substituir na Missão do Bembe, o senhor Jorge Vendeste, mestiço de Luanda, saiu porque também quis casar e ganhava 800$00,
30. Mas pediu mais um aumento de 200$00, para assim aguentar pouco mais ou menos a vida familiar, mas os Missionários não quiseram fazer o aumento e despediu-se da Missão, foi-se embora para Luanda e eu fui substitui-lo naquela Missão.
31. Pedi aumento para o meu casamento, mas os Missionários disseram-me que eu casasse primeiro e depois fariam o aumento. 180$00 foi o meu vencimento.
32. Quanto é que eles aumentaram? 20$00? 100$00? 150$00? 200$00? Julgam que o vencimento seria apenas 200$00 mensais? O que é aquilo para um professor com a família?
33. Mesmo assim ganhando pouco, tive muita pena dos meus conterrâneos que não sabiam ler ou escrever o português. O pouco que eu aprendi também ensinei-os.

Formação do coro de Quibocolo

34. Fui ao Congo fazer algumas compras para o meu casamento5 e ao chegar na cidade de Leopoldville, encontrei muito povo do
centro de Angola, moços e moças
35. E aquela juventude toda não sabia falar o português e também não se podia ensinar a língua portuguesa porque era uma colónia estrangeira, mas os cristãos pediram-me bastante e durante as minhas férias ajudei-lhes na palavra de Deus e no coro.
36. Em vez de arranjar um emprego para aumentar qualquer coisa nas compras de enxoval, não pude.
37. Comecei ajuntar rapazes novos que eram alunos de diversas escolas, mas filhos de pretos de Angola e arranjei doze (12), formei o coro na Missão Protestante também Baptista da mesma sociedade com as Missões onde estive6.
38. Não tardou, o número de alunos do coro aumentou para 24, 60, 80, 100, 120, 200 homens, mulheres, meninos e meninas.
39. Os Missionários de Angola escreveram-me para regressar, mas o Missionário de Leopoldville nãos quis que eu regressasse, porque eles não queriam agradecer os trabalhos que eu fiz naquelas Missões durante 06 anos consecutivos.
40. Em Leopoldville fizeram-me uma proposta de 1000$00, digo, Francos e os Missionários de Angola ouvindo o grande movimento do serviço de Deus em Leopoldville,
41. O Reverendo Arthur (Alfredo) Lambourne escreve-me uma carta dizendo que “em África não há preto nenhum que pode fazer o serviço de Deus sem ganhar” e eu disse: é assim? Não há preto que faz o serviço de Deus sem ganhar?
42. Então não receberei os 1000$00 Francos e vou tentar trabalhar sem ganhar, pedindo à Deus a força e a vontade. Orei e continuei ajudar os meus irmãos na Missão de Leopoldville a partir e 1943, 44, 45, 46.

Participação no Congresso de 1946 em Leopoldville

43. Houve um grande congresso durante sete (07) dias. Brancos e pretos de todo o mundo lá estiveram, os chefes e dirigentes dos Protestantes.
44. Eu também fui convidado e lá se resolveu muita coisa sobre a vida africana, a liberdade religiosa e o ensino dos negros, etc.
45. No último dia do congresso, o Doutor Tucker ou Tak da Missão do Dondi e o Director da Missão de Caluquembe, na reunião de todos os portugueses europeus e africanos que estiveram naquele congresso, fomos nomeados três elementos para orarmos.
46. Primeiro foi o senhor Pastor e Reverendo preto da Missão de Luanda, cujo nome Senhor Reverendo Gaspar de Almeida, disseram-lhe para orar a Deus para a instrução e educação dos pretos em África e orou!
47. O segundo negro nomeado para orar chamava-se Jessé Chiula Chipenda. Orientado pelos Missionários, pediu que o negro ganhasse dinheiro como o branco.
48. Em terceiro lugar foi nomeado para orar, pedindo a Deus o Espírito Santo porque é a única coisa que faltava em África, porque sem o Espírito Santo de Deus, África continuaria na mesma, levantei-me e orei a Deus e Cristo. Acabou o congresso e nos despedimos.

Descida do Espirito Santo

49. Voltamos para os nossos bairros e 6.000 pessoas na Missão iam informando tudo que se tratou no congresso. O coro e a palavra de Deus aumentaram naquela Missão e passando os anos de 1946, 47, 48, 49, não houve nada e eu disse:
50. “Não se vê nada de novo desde que acabou o congresso”. Juntei 35 Cristãos em minha casa onde reunimos e durante a noite fizemos a oração perguntando à Deus se quando é que África receberia o verdadeiro Espírito Santo.
51. Oramos, oramos três vezes e na mesma noite do dia 25 de Julho de 1949, apareceu uma grande luz e muitos dos cristãos caíram de temor. Outros começaram a tremer e a falar muitas línguas.
52. Fizemos muitas coisas e não tenho tempo de escrever, mas digo-vos a minha verdade, tínhamos telefones espirituais e distanciavam-se a 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 20 km.
53. Por meio dos telefones espirituais, eles chegavam em minha casa recebendo ordens de serviço. Serpentes vivas matávamos com as mãos, apanhando-as.
54. Em fim, amanheceu e iam em minha casa muita gente de diversas tribos ouvir a palavra de Deus. A cidade de Leopoldville mexeu-se de verdade.

Expulsões: da BMS e de Leopoldville

55. Os Missionários apresentaram a queixa as autoridades Belgas e expulsaram-nos das suas Igrejas e as autoridades prenderam-nos. Ficamos na cadeia de Leopoldville e depois fomos espalhados cada qual para a sua terra natal.
56. Nós para Angola, outros negros para a África, digo, para a República da África Equatorial Francesa e os Congoleses, etc.
57. Proibiram-nos, mas continuamos em Angola e eu não quis ouvir os dizeres do demónio e os espíritos malignos e continuei anunciando o Evangelho até hoje, muito embora continuar preso nesta Ilha de São Miguel.

Noivado e Casamento

58. O caso da minha primeira noiva, os pais dela, vendo que eu não regressava para Angola, esse pai era Diácono e catequista daquela Missão de Kibocolo.
59. Vendo que eu quisera casar em Leopoldville, não quiseram que a filha fosse para Leopoldville e dissiparam o namoro que durou 06 anos.
60. Bem, paciência! Paciência, mas vale fazer as vontades de Deus do que aos homens. Mesmo assim, resolveram dar em casamento a um rapaz que era aluno do coro residente em Leopoldville.
61. Foi para Angola casar e levar a mulher para Leopoldville. No dia de chegada em Leopoldville, a congregação preparou-se para ir tê-los e eu repreendi-os dizendo que aquilo que eles queriam fazer, não era serviço de Deus.
62. No mundo há tantas mulheres, mas coitada nunca deixou de amar-me até hoje e é mãe de muitos filhos, mas continua a chamar-me irmão.
63. A semana passada, uma carta vinda do Congo, diz que ela mandou-me muitos cumprimentos em Leopoldville.
64. Casei-me com outra menina que era estudante daquela escola Francesa, mas é angolana, foi para lá com os seus pais na idade de 09 anos e cresceu lá e com ela tive três filhos, duas filhas e um filho que faleceu quando estive em Ponta Albina a 25 km de Porto Alexandre.
65. Coitada da minha mulher, pela infelicidade caiu doente na cama com a doença mental até hoje, já lá vão 17 anos desde que ela sofre, no hospital da cidade de Ponta Delgada aqui nos Açores,
66. Satanás procura muitas maneiras para ver se abandonamos a palavra do Senhor para ele cantar vitória, mas está muito mal enganado.
67. Que ele engane as pessoas que querem ser enganados, menos nós que somos soldados de Cristo em fileira. Ante a morte em batalha de Cristo, do que fugir a tempestade satânica. Cedo ou tarde desaparecerá.

Estadia no Colonato do Vale do Loge

68. Chegamos em Angola e cada qual seguiu o seu rumo segundo a decisão do governo e eu pedi a agricultura. O Estado deu-me um terreno cheio de mata para cultura do café eu e aos meus irmãos no Vale do Loge, norte de Angola e formou-se um Colonato.
69. A área toda é de 32 km de cumprimento e não havia caminho nem estradas, muito embora trabalhamos naquele Vale.
70. A população Tocoista que estava era composta de 500 famílias e parecia aldeia ou vila dos brancos. Todos alegres, embora com o serviço assim duro para o pão quotidiano.
71. Esse Vale encontra-se na terra do Bembe onde eu era professor, a distância da minha terra de 200 km. Está claro, que sai naquela terra no fim de 1950. Portanto, 1950-1942, são pouco mais ou menos 08 anos decorridos.
72. Os naturais da terra que me conheceram durante os 05 anos que lá trabalhei como professor, ficaram muito encantados e em pouco tempo, muitos protestantes e católicos daquela terra
73. Converteram-se na nossa Igreja, aquilo é que foi um caso muito serio. Em todo o norte de Angola, a palavra expandiu-se.

Encontro com Deus em Catete em 1950

74. Em Abril de 1950, o Estado determinou para os sobas do norte irem para o sul da Província conhecerem e visitarem o Colonato de Caconda em Waba.
75. Eu também do Loge fui avisado e fomos para lá 08 pessoas. 4 sobas, eu e 3 rapazes. Saímos do norte para Lucala, de Lucala para Luanda, de Luanda para Catete onde permanecemos 3 dias.
76. No último dia, fomos jantar no Hotel daquela Vila e dormimos numa casita que possuía um motor de electricidade segundo creio.
77. Mas tenho a certeza que durante a noite não dormimos, digo, não podíamos dormir por causa dos mosquitos aos milhares embora terem nos emprestado o mosquiteiro, não podíamos dormir
78. E as 04 horas de madrugada falei com o soba que era também protestante de nome Quiala da Damba, para sairmos para fora tomar o ar, mas respondeu-me que estava cansado, não quis sair.
79. Falei aos outros também não quiseram sair e eu sai sozinho e ao chegar para fora, senti necessidade de evacuar e afastei-me um pouco da casita que estava no meio do capim.
80. Afastei-me a uma distância de 08 a 10 metros perto de um arbusto e comecei a desabotoar, quis sentar, surgiu atrás um vulto que me chamou - Simão, eu respondi, Senhor.
81. Meus irmãos senhores Jacob, Fausto, Augusto, Mariano. Façam-me o favor de darem-me atenção no que vou contar-vos. Não é mentira, mas é uma coisa real que me aconteceu em Abril de 1950 na Vila de Catete 60 km de Luanda.
82. Levantei-me e abotoei-me, não consegui mais evacuar e vi logo um clarão e vi a cara do homem que me chamou e ajoelhar-me diante dele. Era mestiço aparentando ter uns 35 anos de idade.
83. Mas o que sucedeu, perdi o medo e tive muita coragem em vê-lo. Ele perguntou-me: “Simão, conheces-me?”. Eu respondi. “Sim senhor, conhece-o, és o senhor Jesus Cristo”.
84. É claro, respondi-lhe assim porque quem é este mulato ou mestiço, mesmo que fosse meu amigo, naquela hora vinha ter comigo no meio de capim?
85. Eu vou fazer desenho do antigo Catete em 1950 que tinha apenas poucas casas. Ele riu-se e disse:

86. “Sou o Cristo? Não acertaste, mas, mas eu sou… Ora eu sei tudo o que está se passando neste mundo. Vós que estais nesta casita sois 8, não é verdade?

87. Mas diga aos teus irmãos ou amigos, embora têm credos diferentes, protestantes, católicos e L'arme du Salut, (Exercito de Salvação), todas as vezes que comerdes, deveis orar cada um a sua maneira de orar e ouvindo todas as orações boas e más.
88. Mas tu Simão, não esqueças em toda a tua vida o que te vou dizer: Porei dentro de ti uma coisa que tu não saberás, nem tão pouco o mundo todo saberá”.

89. Deu-me a sua mão direita e despediu-se de mim, e desapareceu no mesmo lugar, o clarão desapareceu e tornou outra vez escura. Voltei para casita e era 05 horas quase amanhecer.
90. E eu disse aos meus amigos o caso da oração, mas não lhes informei o que me tinha acontecido, porque o mundo gosta acreditar vendo.
91. Se o soba saísse para fora comigo, seria minha testemunha ocular, de modo que, meus irmãos, não sei o que é aquilo que ele pôs em mim, não sei e o mundo também não sabe e nem saberá.
92. Estou guardando até hoje aquelas belas palavras que os meus ouvidos ouviram.

Estadia no Sul de Angola

93. Continuando a viagem com o senhor Administrador que acompanhou-nos para Caconda, visitamos Caconda. Estivemos em Waba metade do dia.
94. Almoçamos lá e tive conversas com alguns nativos, mas acharam uma grande diferença entre nós os oitos e perguntaram-nos se éramos protestantes ou católicos, pelo que respondi de que estavamos misturados.
95. Conversaram connosco, todos os 8, mas gostaram de conversar mais comigo, perguntando-me se eu também era católico ou protestante e respondia sempre que era apenas uma pessoa que amava a Deus, mas não era protestante, nem católico.
96. Ficaram muitos admirados. Como uma pessoa adora Deus sem ser protestante ou católico?
97. Porque essa razão, comecei a explicar-lhes que eles, o mais alto era protestante, os rapazes também eram protestantes, os três sobas eram católicos e um dos rapazes era do Exército de Salvação.
98. Conversavam com todos, mas gostavam conversar mais comigo. Despedimo-nos com eles e um deles de nome Hime, perguntou-me o nome e dei-lhe o endereço e disse-lhe que se quisesse, voltaria outra vez para Caconda e ficaram cheios de saudades comigo principalmente.
99. Estivemos em Caconda uma semana e voltamos para as nossas terras no mesmo ano e o serviço de Deus espalhou-se na maior parte do norte.
100. O Estado vendo aquilo, desterrou-me, eu e a minha família para o Posto Administrativo de Hoque 30 km de Sá da Bandeira, onde estive três meses e de lá outra vez para Caconda no Colonato de Caconda como tractorista.
101. Os nativos começaram a conversar comigo e no primeiro domingo fomos a Igreja deles ouvir a palavra de Deus e no segundo domingo convidaram-nos para irmos assistir uma festa religiosa noutra parte de Caluquembe.
102. As noites reuníamos, conversávamos fora das suas casas e eu comecei a explicar-lhes a nossa vida e porquê que fomos enviados para Caconda.
103. Falei-lhes da diferença entre nós Tocoistas, os protestantes e católicos, mas foram animados para eles e gostaram muito de ouvirem-nos falar.
104. O senhor Adelino Canhandi quando lá cheguei estava com a esposa no hospital de Caluquembe. Depois da nossa estadia lá, ele regressou e contaram-lhe da nossa vinda e as conversas com que eles tiveram comigo.
105. Um deles foi avisar os Missionários de Caluquembe de que chegou um homem que conhece a palavra de Deus vindo do norte de Angola.
106. Os Missionários perguntaram se como é que me chamava e disseram que chamava-se Simão Toco.
107. Um dos Missionários que é o Doutor que me autorizara a pedir a Deus o Espírito Santo no congresso em 1946 em Leopoldville e os Missionários disseram-lhes de que se ele for verdadeiramente Simão Toco, é uma boa pessoa.
108. O senhor Adelino no mesmo dia foi procurar-me em casa, mas não me encontrou e foi procurar-me e estava com as suas batatas doce, milho fresco e eu e a minha filha estávamos no rio Waba dar um passeio.
109. Ele foi ter connosco e demo-nos encontro no caminho, ele a descer e nós a subir e cumprimentamo-nos e ofereceu-nos as batatas e o milho (maçaroca) eu e a minha filha, digamos que esta terra tem pessoas boas. Ele começou a convidar-nos na sua casa em calongue.
110. A fama da nossa conversa começou a espalhar-se sobre a palavra de Deus e quem creu na nossa Igreja foi ele e a sua família. Dali, o senhor Canhandi e todos os Cristãos abandonaram a Missão de Caluquembe.
111. De dia trabalhávamos e de noite ensinava a palavra de Deus e a fama foi até Caluquembe e Cue. Os Missionários vendo aquilo, chamaram-me e fui de bicicleta para Caluquembe e um irmão acompanhou-me.
112. Os Missionários receberam-me bem, mas não queriam que eu conversasse muito com o povo. Era domingo, entramos para a Igreja. O Missionário pregou talvez o capitulo dos falsos profetas.
113. O Doutor só me cumprimentou e despediu-se de mim, foi-se embora para as povoações. Talvez tivesse medo de mim e regressamos no dia seguinte para Caconda.
114. Agora vou resumir: O irmão Adelino Canhandi, foi o primeiro que creu na nossa palavra, em seguida os outros irmãos lutaram muito até que fui enviado para Jau.
115. Em seguida, os outros irmãos, Chipelepepe que tanto trabalhou para o serviço, mais tarde, segundo me escreveram, amigou duas mulheres e tornou-se inimigo da Igreja.
116. Mas o senhor Adelino mais outros irmãos, lutaram muito até ao fim que o inimigo destruiu a Igreja. Eu fui enviado para o Jau, Conselho da Chibia, onde fiquei 2 anos e 6 meses e fui enviado para o Posto Administrativo de Cassinga (Ganguelas).
117. Estive lá um ano e tiraram-me dali enviando-me para Sá da Bandeira e para Moçamedes. De Moçamedes para Porto Alexandre e deste para Ponta Albina onde estive 5 anos e 6 meses.
Estadia em Luanda

118. Arrebenta o terrorismo, o povo fugiu, procuraram muitas maneiras para o povo regressar, o povo não quis.
119. O senhor Governador determinou para que eu voltasse a Luanda e chamasse os refugiados no norte, eu e o meu grupo fomos chamando nas matas e dentro de alguns meses apresentaram-se perto de três mil pessoas9.
120. A mão já esta cansado, porque já são 00h30. Já não cansei-me a anunciar a palavra de Deus em Luanda, porque a bíblia diz: “à César o que é de César e à Deus o que é de Deus”.

Desterro para os Açores

121. O serviço foi fortemente em Luanda e em outras partes, perseguida pelos homens e perseguido pelos terroristas.
122. O Estado tirou-me de Angola para Lisboa e de Lisboa para esta Ilha, pois, julgaram que Deus ficou em Luanda, mas quando eu vi que a perseguição era demasiado, quis abandonar o serviço de Deus
123. E comecei a pescar para ver se Deus me abandonasse, mas Deus falou-me no seu espírito: Simão, levanta, não desfalece. Os teus irmãos estão quase a voltar para trás. Chame-os porque o perigo se aproxima.
124. Mandei um telegrama para Luanda para celebrarem a Ceia do Senhor e reuniram-se na Ceia e Deus disse: Simão, ensina. Ouvi essa voz dentro do meu coração.
125. E comecei a fortificar os irmãos, o serviço que estava quase a sucumbir levantou-se admiravelmente e como Satanás persegue sempre em grupos compostos de Tocoistas revoltados,
126. Apresentaram outra vez a queixa falsa e as autoridades de Luanda foram em casa do irmão Paulo levando todo o serviço da Igreja e todas as cartas que tenho enviado para lá e os livros onde estão os nomes dos nossos irmãos Tocoistas, etc.
127. "Áh meu Deus, quando é que cumprirás a sua promessa para os seus servos gozarem a felicidade eterna?" Prenderam também os dois irmãos, está bem, nada mais podemos admirar, tudo está escrito.
128. Aqui também nas terras dos brancos, há um grupo dos Tocoistas que está sendo perseguido, mas disseram que vão morrer com o Tocoismo na mão e nas suas bocas, e estão fortes na palavra de Deus.
129. De modo que o arrependimento dos nossos pecados, é guardar a fé até a vinda de Cristo. Se alguém fôr lançado no lago de fogo é estupidez dele.
130. Deus deu-nos um bom tempo de arrependimento e não se lembrará mais dos nossos pecados, foi o que ele disse. S. Tiago 5:20, II Coríntios 7:14-16.

Perseguição dos Tocoistas

131. A respeito dos irmãos Tocoistas que andam ainda a fazer as suas vontades, eu tenho cá os seus nomes, muito embora não quiserem deixar o nome de Simão, fazer a vontade.
132. No dia em que Cristo vier e levar os seus cristãos, ele é que fará o julgamento e não somos nós. Cada qual receberá a recompensa daquilo que fez, se é bom ou mau.
133. Deixa tudo crescer junto e no fim das contas haverá uma separação do joio e da boa semente. Muitos ouvirão da boca de Cristo, eu não vos conheço, maus servos… É tudo que eu devo dizer para esses nossos irmãos que andam segundo a sua maneira.
134. Irmãos, não quero mais prolongar a conversa, mas creio que já sabem o princípio desta Igreja. Desde a antiguidade, os que entraram nesta Igreja foram sempre perseguidos até a morte.
135. Os primeiros foram os profetas. O segundo foi o Cristo dono da Igreja. Em terceiro lugar foram os Discípulos, quarto os Apóstolos, quinto, os Missionários verdadeiros, sexto nós os últimos.
136. Façam o favor de consultarem a Bíblia e vereis, vós mesmos se na verdade encontrareis um capítulo que fala bem daqueles que crêem em Deus e Cristo em respeito e verdade.
137. Todos foram perseguidos até a morte. Por isso ganharam e os profetas vão ganhar a nova terra, porque no céu só foram dois profetas: Elias e o Enoque.
138. Os restantes, todos estão esperando o dia da promessa, mas não irão para o céu. Leiam Hebreus 10:15-16.
139. De maneira que perdermos tudo quanto possuímos para entregarmo-nos a Cristo e testemunhar a sua vinda, Ele nos pagará mais e mais daquilo que perdermos que é a vida eterna.
140. A nossa Igreja não é de feitiçaria, mas os feiticeiros é que se introduziram na Igreja para confundirem a boa palavra de Deus, por isso, houve diversos espíritos antigamente.
141. Mas agora é tempo de reformas na Igreja. Todos os Vates devem ser mansos e quem não obedecer essa ordem, deve ser posto fora da Igreja.
142. Muita coisa será mudada na Igreja, mas vamos ouvir primeiramente o fim da perseguição que começou outra vez em Luanda.
143. Sabem porquê que o corpo treme? É que o corpo é fraco e o Espírito é forte e ataca. A Bíblia diz João 14:16-17. Graças à Deus, se passastes pelos caminhos que eu passei até em Moçamedes…
144. Eu ainda vivo e vós também vivereis aí, porque estamos com Deus e Cristo, nunca nos deixarão e haverá um tempo em que as nossas tristezas acabarão - cada um de nós receberá o galardão do serviço que faz.
145. Tudo está escrito. Daniel 12:2-3. Guardai a fé e avistar-nos-emos no dia em que não sabeis, para gozarmos a eternidade.
146. Se tiverem tempo, apresentem os meus sinceros cumprimentos aos irmãos da Catumbela, Benguela, Moçamedes, S. Nicolau e aos irmãos Adelino Canhandi e sua família,
147. Bem como aos irmãos que estão no Bie e noutras localidades que escrevem, pois, peço-lhes perdão que eu não posso escrever à todos por ser uma única pessoa.
148. Tenho agora em casa 1.367 cartas, como é que posso respondê-las todas? Quantos Escudos são precisos para responder essas cartas?
149. Semanalmente vêm de diversas partes, por isso é difícil responde-las. Vão perdoando essa minha vida financeira, também não é agradável.
150. Se quiserem tirar cópias da minha carta e mandarem para Catumbela, Benguela, Moçamedes, S. Nicolau e ao irmão Adelino na Baía dos Tigres, digam-lhe que não posso responder milhares de cartas.
151. No entanto, nunca me esquecerei de vós. Guardem a palavra de Deus nos vossos corações e continuai a orar e a amarem-se.
152. Haverá um dia em que nós todos seremos ajuntados no mesmo sítio.
153. A paz do Senhor esteja convosco. Abraços do vosso irmão. Já são 1 hora de madrugada.

Simão Gonçalves Toco in: Directrizes para o melhor funcionamento da Igreja de Cristo, capitulo 17.

AS OITOS NAÇÕES DO MUNDO E O PODER DE DEUS

AS OITO NAÇÕES

Caríssimos Irmãos, Irmãs, Sobrinhos e Sobrinhas da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo residentes em Angola.

Jeová Deus criou o Mundo e queria que todos fossem um, quer dizer, que se amassem.
Além do poder que cada Nação tem para com a sua Pátria, há um outro poder que Deus tem concedido à uma Nação para orientar as outras Nações do Mundo. Não sei se os meus Irmãos estão a compreender bem.

O Reino de Deus não é a palavra, mas sim é a virtude, a força, a disposição habitual para a prática do bem e de todas as boas qualidades morais, etc, ou posso mesmo dizer-vos, é o Reino de Cristo do Mundo de Deus:

1º Ora bem, a BABILÓNIA não obedeceu essa ordem de Deus, quer dizer, esse Poder. O que é que fizeram? Construíram a torre de babel para conhecerem onde reside Deus. Resultado, Deus confundiu as línguas e espalharam-se;

2º O poder de Babilónia acabou e Jeová Deus deu-o ao EGIPTO para orientar bem o Mundo. O que é que Egipto fez? Escravizou os filhos de Israel durante 400 anos e Moisés foi o único homem escolhido para a libertação dos seus Irmãos, quer dizer, os filhos de Israel saíram do Egipto, mas praticaram o mal porque edificaram ídolos. Por isso Jeová Deus os condenou para serem espalhados no Mundo, mas serão perdoados se conhecerem e crerem no Seu Irmão (Jesus Cristo) que eles mataram. O poder do Egipto acabou por terem escravizado os filhos de Israel;

3º Mas o poder de representar o Mundo todo continuou e Deus nomeou mais outra Nação, a GRECIA para representar todas as Nações, quer dizer, para dar a entender a vontade de Jeová Deus para todas as Nações e o Rei era Alexandre, o grande. Não cumpriram o manda-to de Jeová Deus e Deus tirou-lhes o poder.

4º Deus deu o Poder à ROMA para representar as Nações. O que é que Roma fez? Começou a venerar as imagens, por isso S. Paulo escreveu essa veneração no próprio Livro dos Romanos, capitulo 1:18-32. Deus tirou-lhes o poder e deu-o aos FRANCESES;

5º Estes em vez de cumprirem com o Seu mandato, começaram com as guerras e Napoleão Bonaparte, o Imperador de França, quis reinar o Mundo inteiro à força e perdeu a guerra. Deus tirou-lhe o poder e deu-o à ALEMANHA;

6º Em 1914 a Alemanha também não cumpriu com o Seu mandato e perdeu a guerra, muito embora em 1939/1945 quis vingar-se para ganhar o Mundo inteiro, mas Hitler perdeu a guerra;

7º Jeová Deus tirou-lhe o poder e deu-o à INGLATERRA, mas também desobedeceu e Jeová Deus tirou-lhe o poder. Não se confundam com o poder de cada Nação e o poder que Deus tem dado para orientar bem as Nações. Já expliquei-vos tudo;

8º Jeová Deus deu o poder aos Estados Unidos de América. Hoje em dia o representante de todas as Nações do Mundo é a América que se entregou agora em guerras. Começaram a notar o seu erro e formaram a LIGA DAS NAÇÕES, para poderem cumprir com o mandato de Jeová Deus.Estão cumprindo? Não sei dizer. Começaram com a paz em todo o Mundo, mas embora a guerra está a diminuir, perante Jeová Deus as coisas não estão seguindo a Sua vontade. É preciso os Estados Unidos de América porem-se à pau, porque nos Céus as coisas estão doutra maneira que nós pobres deste Mundo não podemos decifrar. Vamos agora contar quantas são as Nações que Jeová Deus deu o Seu poder para representarem ou organizarem bem o Mundo: Babilónia, Egipto, Grécia, Roma, França, Alemanha, Inglaterra e América. São oito as Nações.

O que quer dizer 8? Quer dizer o 8º Reino. Estão a compreender? Eu digo-o à vós meus profetas, meus bons profetas. Vão falando o que quiserem falar. Se eu não morrer depressa, ainda vão ouvir mais coisas que nunca ouviram desde que se converteram à Cristo. Este é o tempo de esclarecer a palavra de Deus, para que os Cristãos que estão esquecendo a vinda de Cristo estejam consolados, enquanto o Mundo está zombando. O Mundo está julgando que se um dia Jeová Deus tirar a responsabilidade do Mundo à América irá nomear mais uma outra Nação deste Mundo para representar as Nações? De modo nenhum. Finish. Eu digo-vos a minha verdade.

Se um dia os Estados Unidos de América falharem, arrebentará a própria guerra de Jeová Deus e as Nações todas irão guerrear contra o Cordeiro e essa guerra chama-se ARMAGEDON. Apocalipse 16:13-14 e 17:14. Depois da Nação Americana, o número oito (8) se tornará em zero ou nove fora, zero. Matemática espiritual: 1+2+3+4+5+6+7+8=36. So-mando 3 e 6 será igual a 9, tirando a prova dos nove é igual a zero (0). Ora, se no Mundo não haverá mais representantes de Jeová Deus para representarem todas as Nações, quem poderá então entrar no lugar dessas Nações?
Resposta: “Todavia, o número dos filhos de Israel será como a área do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que, no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu Povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo. E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma única cabeça, e subirão da terra; porque grande será o dia de Jezreel”. Oseas 1:10-11. Atenção Tocoistas, cuidado. Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Oseias disse: “E subirão ...”.

SIMÃO GONÇALVES TOCO